"Oz: Mágico e Poderoso" - Um grande desperdício


Imagine toneladas de Nutella sendo misturadas a estrume de porco. É essa sensação que tive após assistir "Oz: Mágico e Poderoso". Grandes atores, uma direção artística fenomenal, trilha sonora digna do Oscar, mas um roteiro... deprimente.

Eu realmente queria gostar do filme, por ser fã do James Franco, Zack Braff, Rachel Weisz, Raimi, Disney, e do O Mágico de Oz, mas eu simplesmente não consegui engolir o roteiro. Nada no script se encaixa bem, e a história correu muito para no final chegar a lugar nenhum. A coisa toda ficou incoerente, apesar de alguns momentos e personagens serem brilhantes. Mesmo o filme tendo sido visivelmente feito para os adultos, com toda a campanha que a Disney fez, apenas as crianças irão realmente gostar.

Mas a pior coisa do roteiro para mim foi o fato dele reforçar estereótipos. Adivinhe como a bruxa má do oeste se tornou tão má? Um homem (Oz) partiu seu coração... que original. Reforçando que mulheres feias são perversas e mal-amadas, enquanto as mulheres bonitas são boas e puras. Sem falar que Eleanora, a irmã malvada, era na verdade... feia. Sua beleza era uma ilusão da mágica que ela usava, que no final foi desfeita pela bela e boa Glinda.

Isso vai contra o que foi construído no musical "Wicked" da Broadway, que na minha opinião é uma das mais perfeitas adaptações da história de Oz. "Wicked" desenvolve a personagem Theodora como uma menina verde que era "feia" para os padrões de beleza e por isso era tida como má. O musical mostra os personagens de várias dimensões e prova que não existe nada puramente bom ou mal, bonito ou feio. Uma história muito mais instrutiva para crianças e com roteiro MUITO mais inteligente e perspicaz para adultos. Talvez por isso não tenha gostado do filme, meu padrão de comparação foi muito alto. 

Eu amo a Michelle Williams (Glinda) e ela tem olhos incríveis que são perfeitos para desarmar personagens masculinos canalhas, mas eu não senti nenhuma química entre ela e James Franco (Oz). Ficou tudo muito forçado. E Mila Kunis como bruxa má parecia uma modelo maquiada de verde e um nariz torto. Mas, de longe, a bonequinha de cera e Zack Braff como o macaquinho foram os melhores personagens do filme, e protagonizaram as únicas cenas realmente brilhantes.

Uma produção que tinha tudo para ser um dos melhores filmes deste ano, mas que graças a um roteiro péssimo é um dos maiores desperdícios de Hollywood.

Abaixo o clip da música gravada por Mariah Carey para promover o filme, "Almost Home". Mais uma peça muito bem produzida da divulgação que elevou minhas expectativas para o filme.



Elenco: Mila Kunis, Michelle Williams, Rachel Weisz, James Franco, Abigail Spencer, Joey King, Zach Braff, Bill Cobbs, Martin Klebba, Ted Raimi.
Direção: Sam Raimi
Gênero: Aventura/Fantasia
Duração: 130 min.
Distribuidora: Disney

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