Chuva e melancolia
Quando cheguei ao ponto de ônibus, a chuva começou a cair mais forte. Carregava minha mala e aguardava melancolicamente debaixo da cobertura do ponto. À minha frente, uma jovem que parecia ansiosa. Em um dos meus lados um casal jovem abraçado e, do outro lado, alguns gringos rosados.
Observei que atrás de mim, sentado em silêncio, estava um rapaz que devia ter por volta de 30 anos. Envolvia com os braços um falante menininho que devia estar em seus 4 anos. Pareciam estar vindo da praia, sujos de areia, pai e filho. O pai estava de regata, shorts e um boné encardido. O menininho segurava seus brinquedinhos sujos de areia. Percebi que o pequeno parou de falar. Ficou em silêncio por alguns segundos. Nesse momento o pai o virou de frente e falou olhando para ele:
- Filho, o papai vai embora para casa hoje tá?
- Não vai ficar na casa da mamãe? Mas a gente vai...
- O papai não pode ficar na casa da mamãe. Se o papai ficar, ele vai brigar com a mamãe. O papai precisa ir para a casa dele.
Mais alguns segundos de silêncio, o menininho olhou bem nos olhos do pai e falou em sua voz mais melancólica:
- Mas eu vou ficar sem você...
Nessa hora percebi que o pai abaixou o cabeça. Imagino que seus olhos marejaram. Ele puxou o filho, que estava de pé, entre suas pernas, e o abraçou. E ficaram ali abraçados, enquanto eu entrava no meu ônibus, emocionado.
Observei que atrás de mim, sentado em silêncio, estava um rapaz que devia ter por volta de 30 anos. Envolvia com os braços um falante menininho que devia estar em seus 4 anos. Pareciam estar vindo da praia, sujos de areia, pai e filho. O pai estava de regata, shorts e um boné encardido. O menininho segurava seus brinquedinhos sujos de areia. Percebi que o pequeno parou de falar. Ficou em silêncio por alguns segundos. Nesse momento o pai o virou de frente e falou olhando para ele:
- Filho, o papai vai embora para casa hoje tá?
- Não vai ficar na casa da mamãe? Mas a gente vai...
- O papai não pode ficar na casa da mamãe. Se o papai ficar, ele vai brigar com a mamãe. O papai precisa ir para a casa dele.
Mais alguns segundos de silêncio, o menininho olhou bem nos olhos do pai e falou em sua voz mais melancólica:
- Mas eu vou ficar sem você...
Nessa hora percebi que o pai abaixou o cabeça. Imagino que seus olhos marejaram. Ele puxou o filho, que estava de pé, entre suas pernas, e o abraçou. E ficaram ali abraçados, enquanto eu entrava no meu ônibus, emocionado.
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